sábado, 27 de outubro de 2007

...há impossibilidade de ser além do que se é
no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio.
Sou mais do que eu, quase normalmente tenho um corpo
e tudo que eu fizer é continuação
de meu começo......
a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais....


[Clarice Lispector]

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Constatações de uma princesa

Sinceramente, quem é você?
Quando você acorda, e se olha no espelho, o que você vê?
Por acaso você se dá conta do quão realizado é? Você fica analisando o quanto já caminhou, o quão longe já chegou? Ou então é dos tipos que fica admirando sua pele sedosa, seu cabelo brilhante, seu corpo em forma e sorri ao constatar que a dieta e a academia, ou, graças a Deus, os genes tão ajudando?


Porque eu não sou nenhum desses tipos. Eu me olho no espelho e faço um "argh" e corro porque estou atrasada pro trabalho. E quando estudava, corria porque estava atrasada com as leituras. Eu estou sempre atrasada, nem sei como chego a tempo nas coisas. O fato é que tudo depende da sua perspectiva na vida, e a minha, sinceramemente, é negativa.


Já cansei de ouvir gente me dizendo ser ridícula por ser assim. Amigas que dizem que eu sou séria demais. Mas o fato é, o fato completamente é, que eu me comporto assim porque eu sei que a probabilidade de tudo dar errado é muito grande. E se der, esperando o pior, eu já tô no lucro.
Loser, né? Concordo.

Mas apesar de toda a negatividade, muito orgulhosamente digo que onde estou, raramente quem me julga estará. E eu tenho o luxo de estar não me contentando com a minha vida de princesa, como meu pai sempre me lembra, e não sofrendo por coisas mais importantes, como o desemprego, a fome, a falta de educação e oportunidades.


Então deixe-me estar com os meus dilemas de "onde estarei em janeiro?", "a minha chefe é uma cretina" ou "qual mestrado eu quero fazer". Porque pra mim, os meus problemas são os maiores, os mais importantes. E eu sigo vivendo, sigo lutando. E indo mais longe, apesar de acordar todos os dias com meu "argh" habitual, do quem não gosta de mim jamais sonhou em ir.


Sinceramente, quem sou eu no conto de fadas? Sou uma princesa mimada, porém capaz e consciente. E você?

shopgirl



"Certas noites, sozinho, ele pensa nela e, sozinha, outras noites,
ela pensa nele. Algumas vezes esses pensamentos, separados por
quilômetros e quilômetros, ocorrem no mesmo momento, e Mirabelle e
Ray, sem o saberem, estão conectados um ao outro."


¨
"Certas noites sozinho, ele pensa nela,
E certas noites sozinha, ela pensa nele.
Certas noites isso acontece ao mesmo tempo,
E Ray e Mirabelle se relacionam sem saber..."
¨
é a vida, né? :~~
típico post mulherzinha.
;*

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

.....

Eu não gosto do incerto.
Gosto de fazer planos e gosto que as coisas "saiam certas", sempre.
Ter o controle da situação é bom.
Mas quando eu penso no que pode estar por vir... aí eu sinto medo.
Tenho medo de não ter controle sobre as situações futuras,
de não ter controle sobre o que vai acontecer na minha vida.
Sobre responsabilidades que nunca tive, sentimentos que nunca existiram pra mim, emoções, sensações, situações e tudo pelo qual certamente passarei um dia.
Tenho medo de deixar que as coisas, oportunidades e pessoas passem por mim sem que eu os dê a devida importancia e quando
chegar lá na frente e olhar pra trás, perceber que poderia ter sido diferente, que poderia ter sido melhor.
Pensar que eu não tenho total controle sobre o que vai acontecer na minha vida me deixa assustada.
Não sei como vou me comportar diante disso tudo.

Talvez eu tenha medo de mim também, mas eu tenho muito mais medo do (meu) futuro.

domingo, 21 de outubro de 2007

(...)


Meu maior medo vai parecer egocêntrico.

Não tenho medo do que as pessoas possam fazer à mim. Muito menos das coisas que possam acontecer comigo, ou não acontecer. Tenho medo de como vou me comportar diante dessas coisas/fatos/ocasiões.
A cada dia que passa, eu percebo o quanto inconstante eu sou. Imprevisível. Eu não consigo mais perceber minhas reações, e na maioria das vezes controla-las.
Morro de medo das minhas atitudes, e das minhas vontades que aparecem sem razão. Medo de sentir as coisas que achei que não fosse sentir. E sinto. E fico apavorada.
Medo de perder o controle. Medo até de pensar. Medo de sonhar. Medo de idealizar. Medo de pedir...

Morro de medo de mim.

E de, um dia, pagar por isso.

sábado, 20 de outubro de 2007

Medo.



Eu tenho medo do medo.

E por ter esse medo, muitas vezes nem tento. Sentir medo pra quê, se arriscar pra quê, tentar pra quê?

É como meu cérebro reagisse negativamente à tudo, e já esperando pelo pior, me convence a nem tentar.


Mas ter medo do medo é uma covardia muito grande. Por isso, algumas vezes, eu fechos os olhos e tento. Mas mesmo assim, eu tenho medo de falhar. Tenho medo de não ser. De não lograr e não alcançar... as minhas próprias expectativas.

Queria largar esse medo bobo. Acho que ele é o meu maior defeito, afinal de contas.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Ok....Aqui estou, gritando lágrimas e comendo danete!!
E do que será que eu tenho medo?
Tenho medo de ficar assim pra sempre, de que esse sentimento nunca suma, e de que eu vire uma dessas velhas amargas e mal-amadas, que vivem recriminando o mundo por não ter vivido o que sempre sonhou!

Eu encontrei o que eu sempre quis, o que eu sempre esperei...esse sentimento é incrivel, a melhor coisa da minha vida! E por mais que ele não seja correspondido, me faz feliz!! Claro que seria bem mais feliz se fosse, óbvio! Mas não faço questão. Não mesmo!

Ok....também tenho medo que esse meu orgulho me destrua, me transforme em uma pessoa infeliz que não correu atrás do que queria por querer ser maior que tudo.

Então...o que eu posso fazer? Eu queria direcionar esse meu amor em alguma outra direção, alguma boa ação, mas acho qeu sou bem egoísta pra isso, não consigo pensar em mais nada neste momento, além do meu bem estar!

Então, meu maior medo não é de que o mundo se acabe, que os homens se matem pela agua, meu maior medo é não ter a chance de viver esse amor que estou sentindo agora.

Eu tenho medo de amar!!

Para gastar fosfato.


Meninas, que tal um exercício?
Para dar uma animada nesse blog, para estimular postagens das mais novas mentes, e para passar o tempo eu proponho um exercício (já que faz tempo que não fazemos algo do tipo).
Indo direto ao ponto, o post que vocês devem fazer (da maneira literária que bem entenderem) é: do que você tem medo?

Lembrando que vale tudo. Da raiva ao melodrama das oito da tv plim-plim.

Só não vale postar nada, enquanto os 9 posts não estiverem aqui (sim, me matem, tô enrolando enquanto não dá a hora de sair de casa).

Sinapses, vamos!
Go, go go!
Beijo!

ps: eu sei que coisa mais clichê não existe. Mas vamos devanear, sim?

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O que sinto é uma verborragia.
Uma vontade imensa de sair
por aí escrevendo uns versos soltos,
umas prosas descompromissadas,
um sei lá o quê sem fim,
pra te dizer, pra me deixar falar,
tudo aquilo que sinto,
ou queria poder sentir.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Flinch

Já tem tanto tempo,
Mas me parece que foi há 4 minutos
Nós nos influenciamos totalmente,
Nos magoamos um ao outro cada vez mais.
O que você é? Meu sangue? Você me toca como se fosse meu sangue.
O que você é? Meu pai? Você me afeta como se fosse meu pai.
Quanto tempo uma garota pode ser torturada por você?
Quanto tempo antes de recuperar minha dignidade?
Quanto tempo uma garota pode ser assombrada por você?
Breve amadurecerei e nem mesmo reagirei ao ouvir seu nome.

O que você é? Meu deus? Você me toca como se fosse meu deus.
O que você é? Meu gêmeo? Você me afeta como se fosse meu gêmeo.
Quanto tempo uma garota pode ser torturada por você?
Quanto tempo antes de minha dignidade ser recuperada?

Então estou aqui há uma sala de onde sei que você está.
Um homem bem intencionado me disse que você acabou de entrar.
Esse homem não sabe o quanto essa informação me afetou,
Mas ele sabe a cor do carro no qual fui embora.
O que você é? Meu ar? Você me afeta como se fosse meu ar.

Resposta à Tata.


Trecho 112:

Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém.
É um conceito nosso – em suma, é a nós mesmos – que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por
intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa. O onanista é abjeto, mas, em exata verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso. É o único que não disfarça nem se engana.
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois “amo-te” ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstrata de impressões que constitui a atividade da alma.
Estou hoje lúcido como se não existisse. Meu pensamento é em claro como um esqueleto, sem os trapos carnais da ilusão de exprimir. E estas considerações, que formo e abandono, não nasceram de coisa alguma – de coisa alguma, pelo menos, que me esteja na platéia da consciência.
Talvez aquela desilusão do caixeiro de praça com a rapariga que tinha, talvez qualquer frase lida nos casos amorosos que os jornais transcrevem dos estrangeiros, talvez até uma vaga náusea que trago comigo e me não expeli fisicamente...
Disse mal o escoliasta de Virgílio. É de compreender que sobretudo nos cansamos. Viver é não pensar.

Livro do Desassossego, Fernando Pessoa.

this is how it works

É assim que funciona (ao menos, comigo): então, eu estou sozinha e bem resolvida. Acho que não preciso de ninguém. Tenho um bom emprego, ganho meu dinheiro, faço a faculdade de minha escolha. Tudo parece perfeito no meu mundinho. E de repente, vejo um filme do tipo "O Amor Não Tira Férias" , "Lisbela e o Prisioneiro" ou "Serendipity" e casais perfeitos passam a me incomodar. Essa é a fase depressão nº1. Ver gente feliz e dizendo que ama outra pessoa pra sempre me deixa deprimida. Eu começo a achar que o amor existe. Percebo que quero companhia.

Então vem a parte do "preciso me apaixonar e sentir borboletas em meu estômago". E passo a olhar todos os homens atraentes como companheiros em potencial. Aí, vejo todos meus amigos apaixonados, felizes, e fico triste porque não tenho ninguém pra me apoiar, me entregar e sentir frio na barriga. Essa é a minha fase de depressão nº2. Todo mundo tem alguém, e eu não.

Depois de muito procurar, de vai e vem, de encontros e desencontros, de passear super-produzida por museus, teatros, cinemas, baladinhas alternativas, tudo isso com a intenção de me apaixonar, encontro alguém e me apaixono. Ficamos bem por um ou dois meses. Fica tudo muito bem mesmo. Porque, assim como a Alice, eu sou muito intensa. Quando gosto, gosto muito.

Quando as coisas estão bem demais, eu tenho o péssimo hábito de procurar um problema. Porque “i’m only happy when it rains”. Ciúme, insegurança, brigas, incertezas; e vem a dúvida: será que está valendo a pena? Essa é a fase depressão nº3. Eu não tenho mais certeza de nada. Se vale a pena continuar, se eu amo a pessoa de verdade, se os problemas são conseqüências dos meus traumas antigos e do meu excesso de insegurança, se eu realmente superei meu relacionamento anterior, ou se eles são problemas reais, fruto de um relacionamento que não tem futuro. Então, talvez devido à minha inexperiência nesses assuntos, à minha crença (boba e ingênua) no amor verdadeiro, talvez devido às falhas e problemas da outra pessoa, ou talvez à fatalidade do destino, ao "não era pra ser", acaba. Assim, vem a fase depressão nº4.

E assim como eu amo demais, eu sofro demais. Me sinto a mais loser por não conseguir manter um relacionamento. Como muito chocolate, vejo muitas comédias românticas e penso que é tudo mentira, que casais felizes para sempre não existem e que o melhor mesmo é ficar sozinha. Quando eu me conformo, e supero, começa tudo novamente. É um ciclo sem fim. E mesmo depois de tudo isso se repetir com certa freqüência, eu ainda acho vou encontrar alguém e passar o resto da minha vida com esta pessoa. Pode ser infantilidade, ingenuidade, e eu posso realmente ser o fruto de uma sociedade que cria as mulheres para se casarem e serem felizes ao lado dos seus maridos. Mas eu sou assim. Tenho um lado mulherzinha. E meu lado mulherzinha é o meu maior lado.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Confesso que estou apaixonada

Meu gostar não conhece meio termo. Ou me é indiferente, ou odeio... mas quando gosto, é de paixão. Assim, tudo do que gosto, sinto com uma intensidade tremenda dessas que ferem a alma, se tiradas. Mas não ligo de viver assim. Todo mundo tem seus amores e desamores.
Ao ser apaixonada de uma forma tão intensa, vejo graça em coisas pequenas, beleza em insignificantes e apego em formas mínimas. Sou inegávelmente apaixonada por todos meus amigos, sobretudo aqueles a quem eu amo. Estou absurdamente apaixonada por Jane Austen, assim como pelas músicas que a Adriana Calcanhoto canta, como também estou apaixonada pelas folhas que caem das árvores nesse outono gelado que ando vivendo.
Fui extremamente apaixonada pela Argentina, ainda estou bastante apaixonada pelo Altético e não vou nem descrever a minha paixão por Los Hermanos. Me apaixono diariamente por sorrisos, sons, vozes e sotaques.
Aliás, minha paixão por línguas é absurda. *-*
O fato que todas as minhas paixões, momentâneas, passageiras, rápidas, fugazes... até as eternas, imutáveis, profundas... me trazem alegrias tão grandes (ou pequenas, mais ainda alegres o suficiente) que me deixam com mais vontade de viver e seguir por aí, descobrindo mais e mais coisas (e porque não, pessoas) pra que eu possa me apaixonar mais e mais e mais e mais e mais e mais e mais.
As vezes encontramos paixões nos lugares menos imagináveis. Nos momentos mais imprórpios e nas situações menos prováveis.
Assim, ontem me apaixonei uma vez mais.
Por essa foto.




Ela me dá uma nostalgia por coisas que ainda não vivi, transmite movimento em uma cena paralisada, mostra paz em um momento de folia.

Confesso que estou apaixonada.

Quando eu gosto, sempre é muito.

Eu não tenho nada a ver com o tempo


grandessíssima coisa nenhuma que me remenda e me desfaz


[ foto: O Céu de Suely. O lírico filme de Karim Aïnouz - www.oceudesuely.com.br]

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

a união faz a força

assim aprendemos, né?

e foi levando golpes que percebemos: mais parte nossa do que essas três figurinhas novas, só nós mesmas, e olha que a fatia tá igualmente distribuida por nove partes.


oeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee's
pra camis, bellinha e tata.

nossas novas mentes.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Eis aqui este sambinha
Feito numa nota só
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só
Esta outra é consequência
Do que acabo de dizer
Como eu sou a consequência
Inevitável de você



Quanta gente existe por aí
Que fala tanto e não diz nada
Ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala
E no final não sobrou nada
Não deu em nada

E voltei prá minha nota
Como eu volto prá você
Vou cantar com a minha nota
Como eu gosto de você
E quem quer todas as notas
Ré mi fá sol la si dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Defeitos


>>>Minha cabeça dói. As vezes eu lido mal com a presão. As vezes eu tenho vontade de sair correndo daqui e ir pra um lugar seguro, onde as pessoas não me julguem, onde não me avaliem, onde eu possa cometer erros e as coisas sejammenos burocráticas, tensas e oficiais. Talvez eu deveria largar essa vida de wannabe e entrar numa ong, sem nada dessa babaquice e pompa toda.<<<


Uma amiga minha me escreveu um email muito sincero, se auto avaliando. Ao ler aquilo, me toquei se ela conseguiu, de repente, alcançar e avaliar todos os seus defeitos, talvez eu deveria fazê-lo também. Aliás, eu sempre pus como grande qualidade minha a capacidade de reconhecer meus próprios defeitos. Talvez, até agora, eu tivesse me enganando. De uma forma o outra, creio que meu maior defeito é a pretensão.


Acho que filho de peixe, peixinho é, porque meus pais compartilham meu defeito. Cresci sabendo que nós eramos melhor que os outros. Na verdade, apesar dos meus complexos de inferioridade, eu sei que sou muito melhor qe você. Talvez você seja mais bonita. Talvez até mais inteligente. Mas sempre tem algo em meio que creio que me coloca num patamar superior. Isso é um puta defeito. Não acha? Sinceramente, pensa só, aqui dentro da minha cabeça, todo mundo é um merda. A pretensão me cega, porque independente do tanto que você me machuque, me irrite, ou até, me infeorize, eu vou pensar: "é, amiga, mas o dia que você tiver metade do que eu tenho, a gente conversa." Assim, eu acabo gerando uma magoa, mas recheada de superioridade, sobre cada pessoa. Isso é terrível.



A complicação (ah sim, porque outro dos meus defeitos e o fato de ser complicada e meu humor, e muitas vezes, minhas atitudes, não seguirem lógica alguma) é que, embora eu saiba que sou muito melhor de você, eu tenho um complexo de inferioridade imenso. Minha pior inimiga sou eu. Não preciso de ninguém em dizendo que eu sou isso ou aquilo, eu mesma me digo todos os dias. Eu tenho a típica atitude derrotada: tentar pra quê, nem vai acontecer nada de bom mesmo. Gatinho, aquele ali? Deixa ser, porque bola pra mim ele não vai dar. Já sei. Nem tento, heim? Ah, me arrumar pra quê? Nem melhora depois do esforço mesmo.


Aí vem outro maaaaster defeito: meu humor. Cara, eu sou muuuuuuito passional. Qualquer coisa me deixa no céu, qualquer coisa me põe em prantos. Um comentário pode me deixar arrasda para sempre. Quando me irrito, todo mundo ver. Quando alguém me irrita, quase soco a pessoa.


Agora imagina só a situação: o Gravatinha. É, aquele nerdizinho do estágio, Bryan, que tinha aquela crush em mim e dizia as coisas mais bregas. Ele sempre foi um zero a esquerda. Bem, amigas. Meus 4 maiores defeitos (em matéria de comportamento, né?) estão todos agindo contra ele. Primeiro, todos os dias eu penso quão melhor que ele eu sou. Aquele espanhol é ridículo, aquele cabelo é ridículo, aquela gravata borboleta é ridícula e ninguém gosta dele. Looooooser. Depois, ele me acha linda. Ai eu fico me sentindo mal de pisar em alguém que gosta de mim, mas afinal de contas, eu sempre fiz isso mesmo (complicada). E pra piorar, Deus do Céeeu, nunca ninguém me irritou tanto quanto ele. Jamáaaaaas. Não tem limite. Até o barulho dele fechando a mochila enquanto cantarola uma música brega dos anos 80 me faz ter vontade de matar.

Ah, isso tudo claro, porque estou, nesse exato momento, extremamente frustrada com o meu trabalho. Mas isso não importa. O que importa é que, ó, eu sei que sou assim.