domingo, 29 de junho de 2008

c r a c k i n u p


eu vou quebrar.

eu fujo do que preciso, preciso do que fujo.

quero silêncio e vivo constantemente com o som de um rádio ligado no meio do furacão.
não existe família, amigo, homem ou menino que possa me acalentar. não existe cura ou colo para a minha tormenta, não existe ninguém em nenhum lugar que possa acabar com isso. nada. nem a morte. nada. não existe paz. não existe paz.

eu vou quebrar.

não sei se é porque ninguém me diz o que eu preciso ouvir. não sei se é porque quem eu quero ouvir não me diz nada. não sei se é porque não quero que ninguém me diga nada e nem quero nada de ninguém. não sei se é porque às vezes acho que isso tudo é mentira. e que eu fujo do que preciso e preciso do que fujo. e não sei fugir de mim. e fujo de todo mundo e acabo sempre nessa solidão infernal, com o nariz ardendo e dores que não sei identificar. minha doçura se esvai. um dia eu soube lidar com isso e havia alguma doçura. não sei mais nem amar, que era o que eu fazia de melhor. não sei nem mais me entregar. não sei mais nada de nada.

eu vou quebrar. eu acho que já quebrei.

isso costumava ser bom. eu me partia e deixava de ser uma. agora eu me parto e simplesmente deixo de ser.

não posso nem mais ficar sozinha. porque agora fico sozinha com alguém para cuidar. não posso nem me destruir ao extremo porque seria cruel. seria destruir outra pessoa junto. não sei ser tão filha da puta. e também só sei ser assim.

eu estou rachando.

eu

ccccrr
ec


preciso de alguma coisa que eu não sei onde tem, o que é e nem como conseguir.
mas preciso e preciso agora.

antes que


- Clarah Averbuck-

sábado, 28 de junho de 2008

O erro

Eu fico numa busca incessante por algo que eu tenha feito de errado para te magoar tanto a ponto de você desaparecer de uma hora pra outra. Eu não sei o que pode ser, e acho que nunca vou saber... Aliás, já desisti! (A verdade é que eu desisti por medo do que posso descobrir.)

Mas se eu errei, seja lá o que for, por que você nunca apareceu pra reclamar, jogar na minha cara o que eu fiz, ou até me xingar para que eu pudesse pedir desculpas e tentar mudar? É assim que as pessoas normais fazem, elas discutem, argumentam, trocam idéias e chegam a uma conclusão para resolverem seus problemas e seguirem em frente. Elas não somem simplesmente.

Ou, pra você, o erro foi seu, de ter aceitado entrar nessa história, com essa menina maluca que não é pra você, que fez as coisas crescerem de um jeito que você não queria, que quis entrar na sua vida de um jeito que você não queria, que transformou o acaso de uma noite em futuro, sexo em amor, simples palavras de carinho em declarações de amor. E que, ainda por cima, agora fica tentando achar UM erro pra justificar o seu sumiço. Você, que nem queria estar nessa, tem que justificar porque saiu.

Terminou simplesmente porque você nunca queria ter começado.

domingo, 22 de junho de 2008

Perguntas.

É, quer saber? Eu tenho medo mesmo.
Eu tenho medo de tomar a decisão errada, seja-no-que-for da minha vida e depois ter que viver com a culpa e a responsabilidade de ter traçado meu próprio destino. Ai que saudades que eu tenho de quando alguém me guiava e a minha opinião só importava pra escolher se eu queria vestir verde ou amarelo ou comer couve ou não.
O fato é que cada vez menos as pessoas querem interferir nas minhas decisões. Eu ligo pra minha mãe e ela diz "tá nas suas mãos". Ligo pro meu pai, "faz o que você quiser, querida". Pergunto para um amigo, "escolhe o que você achar melhor".
Alô? Se eu tô perguntando é porque eu quero saber! É porque eu não quero ter as decisões nas minhas mãos, nem fazer o que eu quiser (porque eu nem sei o que eu quero) e não acho que nada vai ser melhor a nada.
Eu quero respostas claras e simples: o que eu devo fazer?
Você acha que eu já compro minha passagem pro Brasil? Quando você acha que eu devo contar pra minha chefe que eu vou embora? Eu devo realmente ir embora? Eu devo procurar um emprego no Brasil? Eu devo estudar para um mestrado? Eu devo fazer mestrado fora ou no Brasil mesmo? Que mestrado eu devo fazer? Eu devo falar com o Brian? Devo dar mole pra ele? Devo ligar? Vale a pena eu investir meus sentimentos sendo que eu vou embora em dois meses? And goes on.
Favor responder.
E arcar com a responsabilidade da resposta.
Grata.

sábado, 21 de junho de 2008

can't believe that I'm the fool again.

...se ele apenas telefonasse.

Talvez seja o que ele está fazendo. Talvez esteja vindo para cá sem telefonar. Talvez já esteja a caminho. Alguma coisa deve ter acontecido. Não, nada lhe poderia ter acontecido. Não consigo imaginar nada lhe acontecendo. Nunca poderia imaginá-lo atropelado. Frio, morto e esticado numa calçada. Queria que ele estivesse morto. Esse desejo é terrível. Uma gostosura de desejo. Se estivesse morto, ele seria meu.
Se estivesse morto, eu não estaria pensando no agora e nas últimas semanas. Iria pensar apenas nos momentos felizes. Seria tão lindo! Gostaria que ele estivesse morto. Morto, morto, morto.

(...)
Vou pensar em alguma outra coisa. Vou ficar sentada quietinha. Se ao menos pudesse ficar quietinha! Ou ler um pouco.
Mas todos os livros só falam de pessoas que se amam de verdade, com ternura.
Por que vivem escrevendo sobre isso? Não sabem que é mentira? Uma merda duma mentira? Por que escrevem sobre isso, quando sabem que machuca? Merda, merda, merda.

Não vou ler. Vou ficar quieta. Afinal, qual é o problema? Vamos ver. Suponha que fosse uma outra moça. Bastaria que eu passasse a mão no telefone e dissesse: "Puxa, o que aconteceu com você"?
Pois é o que eu faria, com a maior naturalidade do mundo. Por que não posso fazer o mesmo? Só porque o amo? E se puder? Pois eu posso. Sinceramente. Vou ligar para ele, como quem não está nem aí. Não me deixe fazer isso, meu Deus. Não deixe, não deixe, não deixe.

Um telefonema - Dorothy Parker.

Merda.
Eu nunca vou deixar de ficar abismada com a nossa capacidade de, com tanta coisa acontecendo no mundo, com tanta gente cruzando nosso caminho todos os dias, com tanta gente querendo que a gente cruzasse no caminho delas todos os dias, como, alguém me explica!, como que a gente consegue tornar uma pessoa só, umazinha, sozinha, responsável por qualquer alegria ou tristeza? É como se ela e só ela, determinasse se nossa vida é boa ou não. Tipo, Ah, ganhei na loteria? Que legal. Mas eu só queria ele aqui comigo. :~~

Pô, a pessoa apareceu na hora que vc mais precisava, ocupou sua cabeça e seu coração por alguns dias felizes, e vcs conversaram, e riram, e sonharam juntos. Isso deveria ser o suficiente né? Tipo, a gente deveria se dar por satisfeita por Deus ter olhado pra gente naquele dia e pensado "ah, vou fazer um agrado pra essa pobre mortal aqui hoje". Mas não. A gente sempre quer mais e mais e mais. Mas o foda é que pessoas não vem com prazo de validade né? Como saber que chegou a hora de dizer bye bye, foi bom, etc e tal e seguir cada um o seu caminho? Eu não me ligo muito em sutilezas. Aliás, acho que toda mulher apaixonada faz questão de ignorá-las. A gente sempre arruma uma desculpa pra continuar esperando, continuar acreditando. mas os sinais estão aí, por toda a parte. I should have seen it coming, I should have read the signs.

anyway,
I guess it's over.

obs: eu nem sei se tô fazendo tempestade num copo d´água ou não. só sei que sem noticias dele eu fico enjoada, nervosa, confusa e não consigo organizar meus pensamentos. e pra completar um cachorro me mordeu. relevem.